De aleluias

Sabes, é que há muito estou por minha conta,

correndo os riscos de mim, esquecidos num tempo tão meu,

vazando aqui e acolá, onde escolho ou não para vazar.

Há muito que só dói quando eu rio e eu nunca desanuvio,

há muito já não me vencem pertenças, ou caminhos a par,

e as canseiras da noite, essas vão longe… cansadas de mim, quizás?

Há muito que sou cliente de mesa para um e meu carro é velho

e meu braço dói e tenho joanete.

Há muito não escrevo carinhos, no máximo algum lembrete, que

a cabeça, essa também anda falha,

farta de tanto muito que há para deslembrar.

WAndrade – 19/04/2014

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