Deitado numa cama
Autor: Duarte Almeida Jorge on Sunday, 17 January 2016
Deitado numa cama, cheguei a este mundo,
Não sabia fazer mais nada, nem me lembro de muito.
Deitado numa cama, imaginei a minha vida,
Longe da infância, sonhadora criança destemida.
Deitado numa cama, gostava de acabar.
Perto de quem me ama, um último abraçar.
Despedir-me com a consciência que consegui,
Ser melhor depois do inicío, durante o meio, até no fim.
Deitado numa cama onde escrevo estas linhas,
Ténues, com tinta negra, um pouco entristecidas.
O caderno que me compreenda, tanto que assistes arrumado.
Quando te devia ter aberto, continuaste fechado.
Deitado numa cama onde Tu também dormiste.
Tanto que te amparou, e nem te despediste.
Despeço-me de tudo, do mundo, de quem ainda vive cá,
Se for ,até sempre, se não for, até já!
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