Deja Vu
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 12 July 2015
Nesta dialéctica emocionante
onde guardamos palavras de amor
quase secreto e tão empolgante
verbalizamos em tons de verdade
as coisas simples deixadas
a esmo entre o guarda-roupa
entreaberto à solidão
e nossas vestes que se despem
impregnadas de alegrias
desejos, muitos
e abraços mitigantes quase
alucinantes tantos
– Hoje nada é igual
tudo é mais breve ainda
que muitas palavras loucas que
respiro e repito esfuziante
– Raros são os dias
em que não bebo calmantes
pra esconder os silêncios
que se embebedam comigo
assim de rompante através de
tantas insónias acomodadas
na cumplicidade da noite
onde lentamente me endereço e abrigo
– Existe só mais um momento
na existência da vida
onde saboreamos a jusante
nossos rios que correm distraidos
entre margens trajadas de poesias
itinerantes
perfiladas entre casuais
dias tristonhos enfeitados de alegrias
peregrinas tão exímias
zarpando deste porto d’abrigo
em ondas serenas, concensuais
algemadas nesta rotina preciosa
onde desacelero as ânsias
as indiferenças
e morro facilmente apaixonado
peremptório
até sem mais condolências
FC
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