"Delicado”

          

 

 

Desperta-se o silêncio da noite quebrada

Com tempestades, heróicas, heranças, saudades…

Ai, que de mim, cai folha abandonada,

Sob a fúnebre pedra, fria, da calçada…

 

Tu, que pertences aos beijos da madrugada;

Na magia adocicada, que o acordar entende…

Quando o gemido me sai da boca fechada

E os olhos se me cerram num desejo ardente

 

Se tu me visses entre o sonho e o acordar;

Na magia que do pecado se desprende

Talvez, inerte, soubesses encontrar

 

No meu pálido dizer, sonhos acordados

Debatendo-se no horizonte, enquanto aprende

Do meu corpo, erguer, poemas delicados.

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