Derradeiro

Num abraço de amor próprio subiu ao monte das recordaçoes
e no ultimo esforço transportou em si toda a sua vida
no fim da viagem perdida sentou-se na alma das emoções
encostou-se  à solidão  e viveu a angustia da despedida

inspirou devagar, saboreou o ar  e sentiu o cheiro dos antepassados
num gesto de caridade a brisa passou e saudou na despedida
sorriu em si, tombou o peso sobre os passos já dados
limpou os olhos e nas maos tomou o seu corpo de partida

olhou o céu, esperou na hora marcada a morte prometida
cerrou os olhos, reviveu o passado nos ultimos suspiros só seus
 reviveu cada emoçao envolta no sal duma lágrima contida
pediu perdão e a si se confessou pelos pecados num ultimo adeus.

entregou o corpo gasto à terra e atirou a alma ao céu
guardou em si o esboço dum sorriso descabido sem sentido
e no cinzento opaco da noite e no luto funebre dum véu
uma luz de missão cumprida venceu a batalha do tempo perdido

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