Desânimo da natureza

O anseio das inquietações mundanas me enferme. É maldito o tornado de premissas, onde assopra as conclusões nevrálgicas do pensamento. Farfalha em nuances consideráveis, na violação das raízes da verdade. Do que adianta as escondidas mediações em meus frutos joviais, se o devaneio trágico, como praga, desola meu lavradio? Natureza-morta será a unanimidade do campo caso a ação não atue. Não deixarei os galhos quebrarem, garanto que não, mas acho tão enfadonho regar; os humanos como são, dissaboreia a apatia, feito gafanhotos que esporadicamente somem, mas retornam. À terra uma hora se cansa, pois, de gotícula em gotícula d’água que a corrompe, faz dela um instrumento da natureza. A anciã terra já está aqui desde o princípio, deseja ser a forma pura: resiliente, casta e leal. A água, mesmo que diligente, desassossega o que era para ser, chora sob o solo do indelével; muda o percurso em seu ímpeto ato, feito adolescente descobrindo o eros da fase adulta. Talvez meu problema seja a pureza de uma nostalgia apagada, ou quiçá, as dores do mundo sejam a tempestade do meu alanceado jardim.

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