(Des)conexões

 
 
Longa é a espera pela noite bordada no breu
Do tempo que remanesce solitário e constrangedor
Flui imerso num sonho proscrito e comprometedor
 
Gemem calados os dias desolados, balizando aquele
Silêncio repercutido num lamento quase avassalador
Mordendo só um gemido triste que ali ecoa tão pacificador
 
A sussurrar baixinho chegam as brumas da manhã apartada
Penetram no esqueleto da solidão onde a indiferença depois
Nos abraça, enlouquecida, meticulosa…arrebatada
 
Corroídas ficam as memórias num simulacro de tantas horas
Perdidas, egoístas, quase odiadas onde a espera arquitectou
Um desejo mirando as sombras que felizes um beijo eternamente conectou
 
FC
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