Desnascer
Autor: Rui Correia on Wednesday, 9 July 2014
Como me cansa o cansaço
de estar cansado apenas;
Este abraço que te aperta
e não quer que gemas.
O mundo está perdido,
gemebundo e desiludido;
está afectado
pelo bom grado profundo
daqueles que se deixam afectar por tudo.
Afeta-me o sono das sociedades
e deixo-me, como eles, dormitar...
Estou ciente, mas demasiado cansado
para me fazer presente
e influenciar.
Deixo que me influenciem;
não sou mais que ninguém,
neste nada em que todos são um tudo mais que alguém.
Vejo a minha ignorância,
a mãe errância,
e não mais além...
Cansado também
deste mundo que roto ainda que cai;
quero voltar ao ventre da minha mãe
ou para o escroto do meu pai.
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