DESPEDINDO-SE

Alma minha gentil, que te partiste
E n`outro mundo foste estar com Deus,
Escuta, ao menos, meu soturno adeus
Que neste peito em ecoar persiste.

Tu, que teu voo d`anjo levantaste
Tão cedo desta vida, descontente
És-me agora a alegria sempre ausente,
Que em nossas noites d`amor invocaste.

E aqui te desejo em minh`acre vida,
O que não tiveste quando viveste:
Repousa lá no céu eternamente,
Alma minha gentil, minha querida!

Não esqueças quem só p`ra ti existe,
Na eternidade, em teu sagrado ninho.
Siga, meu grande amor, o teu caminho
E viva eu cá na Terra sempre triste.

Inspirado em um soneto de Luiz Vaz de Camões

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