Despertar
Despertar
Manhã de névoa e de nevoeiro,
Dá-me a usança de um dia relaxante,
Calmo por inteiro ou tarde de soalheiro.
A invisível gotícula esconde o real,
E ainda um sobejo de cupidez,
Aos olhos de quem vive um amor leal.
Que agita meu âmago e minha alma.
Que fortalece meu coração,
Que inquieta e me acalma.
Sei que um dia virás, não sei é quando.
Tarda o momento do abraço decisivo,
O portão não range e eu continuo ansiando.
Tu bruma, contudo traz a bonança,
Amove a ausência que me atormenta.
E tu Sol funde a neblina e inventa,
A cura da dor da lembrança.
Sol ! rompe e invade, matreiro,
O espaço outrora negro, agora brilhante.
Esplende através do adensado nevoeiro,
Como através de um véu cintila o diamante,
E assim como o meu amor por ti veio a terreiro.
O portão rechinou, o princípio chegou,
A tarde de soalheiro dominou,
A Primavera vingou e o amor imortalizou.
Jmcenteio