Diálogo com Fernando Pessoa

Diálogo com Fernando Pessoa

 

Mote

Quanto do sal que há no mar

São lágrimas de Portugal?

 

Voltas

Pessoa li o teu versar

Da quantidade de sal

Que há nas águas do mar.

Um pouco era natural

Um pouco era lacrimejar

Era dor, saudade e tal.

Quanto do sal que há no mar

São lágrimas de Portugal?

 

Porque é preciso lembrar

Do negro a chorar na nau.

Da viúva em pranto a fitar

Seu homem arrancado do local.

Podemos então concordar

Nesta questão crucial

Que nem todo o sal do mar

São lágrimas de Portugal.

 

Fernando é preciso falar

Do indígena tropical.

Que muito esteve a prantear

Por ser tratado tão mal.

Então se pode afirmar

De modo justo e imparcial

Muito pouco do sal do mar

São lágrimas de Portugal.

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Comentários

Trata-se de uma declamação do poema pelo autor com fundo musical em ritmo de cordel.

Muito lindo! Parabéns!

Abraços poéticos!

Obrigado pelo aprazível comentário prezada poetisa Madalena. sds poéticas

O mérito é seu, belo poema, belas palavras... Merece elogios!

Abraços poéticos!