DO QUE TERIA EU SEM TI
“Cavalheiro, nossas diferenças são tantas, você tem tudo, e eu nada tenho. Nós pertencemos a mundos distantes que jamais se unirão”.
Essas palavras penetraram o coração do cavalheiro e o sangraram lentamente enquanto as águas corriam despreocupadas sob a ponte onde estavam.
A moça então virou de costas e começou a andar, deixando o cavaleiro com as lágrimas dele e cultivando a suas próprias. Contudo, pouco antes da moça sair da ponte onde estava, ela sentiu seu pulso ser firmemente agarrado, e então puxado para o outro lado da ponte.
“Olhe, olhe bem meu amor, e diga-me o que vê”, disse o cavalheiro.
“Eu vejo o prédio da tua empresa, tocando o céu, altivo, e banhando aos arredores com riquezas e luxurias”, respondeu a moça.
“Pois eu vejo o pôr do sol”.
Se então perco em mim toda a paz
Outras mais ainda posso eu criar
Se então perco em minha alma meu lar
Outros lares meu medo me traz
Se então perco o meu fôlego, o ar
Em viver eu serei mais capaz
Se então perco o que em mim ainda jaz
Ainda posso contudo te amar
Mas se não restar mais em mim teu amor
Nada mais há que vala a pena
Nada mais curaria mia dor
Pois sem ti minha vida não é plena
Sem ti só me queda o pavor
Que nos males do inverno nos reina
- Contador de Histórias –
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