Do tamanho do mundo

Yiruma - Serenade in D-Flat (Audio)

Necessito nutrir meus instintos
 
com a mesma habilidade
 
com que pernoito em tuas cláusulas
 
famintas
 
enumeradas de cumplicidades
 
onde as palavras se tornam nossas prioridades
 
nossas ânsias
 
poesias sedimentadas de integridade
 
 
– O sol escalda meus versos
 
perdidos entre aquele oásis
 
onde até vislumbro um ténue
 
arco-íris que se desbota
 
mal uma gota de chuva
 
encubra de feição teus abraços
 
do tamanho do mundo
 
tão versáteis como a linearidade
 
de cada beijo que descubro
 
inesperadamente em cada memória
 
encenada na efeméride do tempo
 
quando me infiltro  de ti
 
até me sentir todo ao rubro
 
 
– As horas,tamanhas
 
ou mínimas
 
são apenas pensativos segundos
 
na brevidade
 
do vento que se contenta com
 
mil perfumes deixados por ti
 
na ociosidade do tempo
 
aventurando-se por toda a eternidade
 
 
– Deixei outros enredos
 
acorrentados numa poesia nobre
 
agasalhada generosamente
 
à navegante lua que palmilha
 
a mesma noite
 
onde em lugar nenhum
 
sei que te encontro
 
abrigada em segredos
 
que nos olham de soslaio
 
e onde feliz me despeço
 
renascido prá vida
 
recriando-te ainda tão ímpar
 
até te usurpar todo o amor
 
num poema quase  (im)perfeito
 
esquecido na fatalidade dos
 
meus silêncios
 
do tamanho do mundo
 
onde milimetricamente
 
e seduzido me hospedo
 
ensopado de tanto amor
 
porque me deixas…assim quase moribundo
 
até eu reiniciar tudo de novo
 
como o amor decerto augura
 
no infinito extático
 
num pranto doendo,
 
exumado, acústico
 
onde a dois serenamente
 
investimos para um destino além
 
de tudo
 
verdadeiramente, estético… fantástico
 
FC
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