Do Vagabundo...
Quando por fim a Lua acorda
E se espreguiça pelas ruas…
Vagueando te encontra
Nessa noite em que perduras.
Pobre Vagabundo
Que tens no tecto do mundo
O tecto do teu Lar…
Que te acolhe a alma,
Perdida,
E por escola te dá a Vida,
Por onde andas a vaguear.
Aprendeste-lhe a dor,
E o sofrimento,
Conheceste-lhe o desalento
E foste ainda mais além…
Cursando letras de amargura
Leste nas linhas da ternura
Que o Amor não é…
De Ninguém.
Tiveste por mestre o Vento
E por grão-mestre o Tempo
Dos muitos dias, vividos…
Aprendendo com o Sol a rir
E com a Lua a sentir
Sentimentos desconhecidos.
Em muitas aulas de…
Paciência,
Aprendeste que o Amor,
Não é ciência
Com fórmula escrita…
A preceito.
Como os sentimentos,
Nos ensinam,
São apenas elementos,
Que combinam,
Em cada um…
Do seu jeito.
Aprendeste no murmúrio das ondas,
Histórias que hoje contas,
A uma criança…
Com carinho.
Não és velho,
Envelheceste!...
Com o muito que aprendeste
No palmilhar de tanto caminho.
Por fim...
Falas com o coração,
Rimando sentimento com emoção…
Não dás a Vida por perdida.
Pois na morte, tens a certeza,
Não haver na Natureza
Coisa mais certa…
Desta Vida.