Dois Corpos

Dois corpos desnudados,

Quais árvores no inverno,

Um no outro, enrolados.

Promessas de amor eterno,

Por entre beijos trocados,

Uma caricia, um gesto terno.

No descontrole da excitação

Perde-se o senso, a noção.

 

Caminho de único sentido,

Rumo ao epilogo final,

Tudo é dado, nada é pedido,

É momento de entrega total,

Não há objectivo definido,

Ele surgirá de modo natural.

Flutuam aromas de amor,

O mundo ganha outra cor.

 

Momentos únicos, originais,

Irrepetíveis, simples, tão doce,

Dois corpos que almejam mais,

Desejo sem um fim precoce,

Um acto que os torne imortais,

E onde o clímax se esboce.

Dois corpos ainda sedentos,

Nus, de alma e de arrependimentos.

 

Francis Raposo Ferreira

09/09/2019

 

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