Dor da alma

Hoje me embriago 

com um velho litro de cachaça

bebo vorazmente

a tal bebida é amarga

ela desce minha garganta

vai queimando por onde passa

afogo minhas mágoas

as dores desta vida devassa

que me levou a loucura

fui parar numa encruzilhada

Que lugar é esse

não sinto mais o corpo

minh’alma parece embriagada

caminho pela cidade nua

sem vida... nem sentido

Olho fixamente para a vidraça 

me espelho sem ver nada

Quem fui eu?! Não sei

só sei que parti... fui para perto,

para junto de ti, meu amor

desejo estar contigo

pela eternidade da paixão

foram tantas vidas passadas

e eu, nós dois fomos amantes

vivemos outras vidas

cheias de graça... beleza

sublimação... sem um copo

nem mesmo uma garrafa

desta droga chamada cachaça

(DiCello, 07/05/2016) 

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