Dos limites...ao infinito

Midnight Arctic Walk

Abandonei a vida quando te acenei
 
em despedida
 
tanto era o silêncio que madrugava
 
na noite ferozmente urdida
 
 
Gotejava ainda o orvalho
 
das saudades que trazias escondida
 
no regaço do tempo irrepetível
 
naquela lenta  ousadia
 
onde os sonhos fugindo se
 
estatelam acudindo minha existência
 
debruçada no tapete das paixões
 
quase, quase homicidas
 
 
Acordei-te ao toque da primeira
 
alvorada
 
quando me fiz ao caminho pelos teus atalhos
 
onde à coca me espias
 
falando-me em ecos pela
 
manhã ensurdecedora
 
simulando insónias ancoradas
 
na minha vigília atónita
 
devorando-te tão aliciadora
 
 
É tempo de todos os silêncios
 
se limitarem neste infinito
 
néscio momento
 
escapulindo pela frincha
 
da noite inóspita
 
onde a luz
 
rapina a luminosidade da alegria
 
estampada no armistício da vida
 
reverberando  em euforia
 
 
É tempo de pescar-te os sonhos
 
mais vadios
 
fechando a escotilha do tempo
 
pra não mais escapulires
 
debruçada no resto de todos os
 
meus esquecimentos boémios
 
 
Vou somente ausentar-me deste destino
 
divagando pelas fronteiras
 
de minh’alma acocorada ao
 
pavio da vida
 
se estendendo
 
dos limites…até ao infinito
 
deixado na tua reconfortante guarida
 
um acto de amor que nos deleita
 
em ondas vibrando num maremoto
 
de réplicas
 
quase  perfeitas
 
FC
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