E depois dos temporais
Autor: Frederico De Castro on Tuesday, 12 May 2015
– Depende de nós
nunca deixar extinguir-se
essa luz indivisível
soberana,trajando impassível
a trilha nostálgica ,perdida na noite
onde curamos
nossos cansaços impassíveis
caudalosos,desmaiando inexoráveis
ante teus afagos,dispersos
plausíveis
postergados na boémia da noite
em fuga constante…pelo gosto
insustentável do ser
procurando-te doloroso pr’além
da planície incendiada por
teus cantos e afagos inimagináveis
– E depois dos temores
dos temporais inevitáveis
acordo a noite de mansinho,despertando
aquelas nossas tentações quase inflamáveis
crescendo em brasas frenéticas
dispersas entre nossa linguagem
mascarada de silêncios inóspitos
deixando apenas teu perfil evidente
vulnerável à influência cativa
perante o anonimato desta vida
onde cessa toda a saudade
e eu,
consentindo-te
viajo até às eternas e insustentáveis ausências
que me deixas-te sem mais prerrogativas
– Fosse possível explicar
cada incidência dos teus
breves lamentos
povoava tuas sombras exuberantes
com súbitos versos
que escondi com tua complacência
em busca do tempo intenso
com que nos declarámos
corpo a corpo
magníficos, eloquentes
inundando nossas almas impacientes
na intima acalmia dos desejos
imersos nos teus mares ondulantes
enlouquecidos
de alegrias se atiçando coniventes
FC
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