E meu sangue...

Mas nem as mais perfeitas mãos são imunes. “E meu sangue você não toma!”, mas imperativo nenhum impede a águia de cravar sua rapina na víscera putrefata. Sei que a maioria daquelas marchas não vibram os pés de quem as conduz. Elas existem solitárias para as botinas. Até para longe do guizo da cascavel os calcanhares se dissipam. “E meu sangue você não toma!”, mas já estava demasiadamente tarde para se enxergar através do medo. Lá no meio do caminho surgiu a cruz; tão funda e podre quanto os meus pés no charco. “E meu sangue você não toma!” e o medo prenunciou a pedra que rola. Pelo medo fui conduzido até o fundo da cruz e a pedra lá me cravou. Aqui ninguém toma meu sangue, mas sangue já nem tenho mais. 

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