E o vento nada me disse

O sino tocou sons de embalar

Saudando a vida a amanhecer

A exuberância do esplendor da natureza

Em mim verdejou

E imaculadas visões dos seus frutos

Que me abençoam com a sua presença

Tornando-me assim terra e flor,

Chilreantes pássaros que na sua voz entoam

E abençoam o silêncio que em mim habita,

Nostálgicos mas esfusiantes chamamentos

Que a natureza mãe me ecoa,

E laços profundos perpetuam esta dor

Então perguntei ao vento

E o vento nada me disse,

Memórias imensas que o meu peito abarca

Borboletas brancas sobrevoam o meu olhar

E o animal de mim reclama a terra

Que a minha alma transporta no seu infinito regaço,

Lindo sonho de mim sonhado

E as memórias devagarinho apagado

Sem a minha alma ver

Para de ti breves e ténues lembranças

Recordando o teu olhar e o sonho por viver,

E o voo do pássaro me revive

A alma que em mim vive

E de mim apenas ela restou

Na imensidão do que me rodeia

E na estreiteza do meu perguntador olhar,

Por isso perguntei ao vento

E o vento nada me disse.

 

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