E quando fores livre...
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 13 May 2015
–São súbitos
teus gritos
que atormentam a juventude
que rasgam os ventos nocturnos
acumulando a raiva que trazes
profundamente em ti
São pedradas estalando
tua face
de meninice
– São agressões desfeitas
em palmo e meio de valentia
tão cobarde que cada
delinquente no vazio da vida
te sujeita
Bate tuas asas
liberta-te esta noite
embarca de vez rumo
às sombras que se debruçam
na tua coragem
enraizando no profundo
chão
nossos mundos vivificados
de alegria, atónitos
perante este tempo lento que quero
e estreito para ti
infinitamente velado no teu regaço
– Mudo só para ti todas as
alvoradas que me confiaste
transcendo-me quando
juntos demolirmos todas as
palavras trajadas de pecados
que inutilmente te magoam
– Recolho teus mananciais
de lágrimas choradas
atapetando meus versos
com aqueles sorrisos que perdeste
no falso silêncio onde se alimentam
os valentões
perversos
astuciosos
assim que morre o dia e este
poema feito
eu sei
de tanta utopia
– Mas um dia
ah, nesse dia
sorriremos enfim
domando todas as alegrias
que te roubaram um dia
destroçaremos as intempéries
que te impuseram nas ardósias
submissas,
esculpidas nas horas ambulantes
que se apoderam
dos teus medos intrusos
prestes a explodir impetuoso
porque agora viverás
em mim
reflectindo a poesia
sem mais erosões nos teus apelos
sem mais tormentos convergindo
quase em atropelo
qual fragrâncias de amor
que premeditadamente te ofereço
saciando tua alma que se escoa em mim
de amores contaminada
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