Ecos do silêncio

No vácuo do vazio vibra um abismo
prenhe de réplicas efusivas
Num minuto esmagam-se sessenta segundos
esventrados e convulsivos
No rascunho dos céus desenho aquele
esfomeado desejo tão primitivo
 
 
Ao redor dos lamentos vasculho cada murmúrio
gemendo carente e recidivo
Em cada recanto da alma replica-se a solidão repleta
de uivos egoístas, ali cativos
Amordaça-se o poente tão empanturrado de poéticos
e implosivos ecos infinitivos
 
A esmo esvaiem-se as horas caçoando daquele
definitivo lamento mui esquivo
Assim se esquarteja uma luminescência enamorada
de platónicos afagos persuasivos
Dos céus jorra o poente um esbelto e tão inconfessável
aguaceiro de desejos interativos
 
FC
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