Ele

Sou anormal, agênero e aperceptivo.
Estou presente em todos teus círculos:
Nos pentagramas às cruzes bizantinas,
Entre o dúbio e o esplêndido, vós me encontrais
Bestializando e glorificando o bem e o mal.
Sou Gita, mas Demiurgo nos tormentos aeonicos
A multidão dos zilhões de deuses
Assim como o monoteísta espelho a
Refletir-me; infelizmente não enxergas  
A lágrima que cai e o sorriso que afaga.

O análogo e o literal.

Não tentes entender-me, não me persiga
Desista de mim, ao tempo que estejas aqui
Chafurdo nas entrelinhas do contraditório
Conforme beijo os ditames do Absoluto.
Brinco com tuas dúvidas e teus gracejos
Que desaparecerão nas passagens do Ego,
Onde lá o livro da vida encerrará
Mais um capítulo.

— E o intelecto nu e limpo é como um enxerto vazio.

 

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