Em nome do Rei – Parte 2
Em nome do Rei – Parte 2
Nota: “Para entender essa história você precisa ler a primeira parte. Acesse o link abaixo.”
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O Rei antigo era muito amado pelos súditos da sua pequena vila. O rei era bom para o povo, e todos, desde os mais humildes até os integrantes da corte o adoravam. O Rei antigo era muito festivo, estava sempre promovendo festas musicais numa pequena taberna da vila. Todos cantavam, bebiam, se divertiam com as festas do rei antigo, que amava também seus súditos e sua pequena vila. Quando o Rei partiu amargurado, o povo da vila chorou com ele cada uma de suas lágrimas. A vila perdeu não só o seu amado rei, mas também o encanto feliz que reinava nas festas de outrora. A vila ficou triste e sombria. O povo da vila indignado com a presença daquele rei intruso, que não era mais o amante oficial da rainha, pois uma súdita da vila havia tomado seu lugar de amante. Reunindo-se às escondidas, sem o conhecimento do antigo rei que havia partido, uniram-se, os guerreiros, o povo da corte, os vendilhões, os freqüentadores das tabernas, e até os ladrões, armaram emboscadas para o rei intruso. Cenas de violência contra ele se sucederam, até expulsarem o rei intruso da vila. Também deixaram bem claro a rainha que a mesma não era mais bem vinda perante o povo humilde da vila.
A rainha por sua vez, para se vingar daquele povo que amava o antigo rei, buscou outro rei das distantes terras do sul, passando a desfilar com o novo rei do sul, seu novo amante, nas ruas e tabernas da vila. A rainha queria mostrar aquele povo humilde que, por ser uma bela rainha, e possuir muitos bens, era bastante cobiçada por outros reis de outros países. Então numa tentativa de humilhar ainda mais o antigo rei e seu povo, desfilava com um falso sorriso e seu novo rei amante, publicamente aos beijos e abraços, para que todos a vissem. Porém o belo e delicado rei do sul tinha sérios problemas de virilidade com mulheres. Isso deixou a rainha transtornada a ponto de expulsá-lo de volta para as terras do sul, pois o mesmo não sabia o que fazer com uma mulher em seu leito.
Mensageiros foram enviados ao mar a procura do antigo rei. Muitos mensageiros voltaram sem êxito de sua busca, pois o antigo rei não fora encontrado em nenhum porto distante conhecido. Algum tempo se passou, sem que o povo tivesse notícias do antigo rei, até que um dia, o antigo rei apareceu na vila, não mais como um rei, e sim como um anônimo camponês. Logo conheceu uma camponesa de seios fartos que freqüentava as tabernas, quando esta o viu tocar e cantar nas noites, sempre nas tabernas mais afastadas das vistas da rainha, a camponesa então se encantou com aquele humilde camponês, em nem suspeitava que este havia sido um dia o rei daquela vila.
A camponesa e o antigo rei começaram uma relação amorosa e alegre. Tudo ia bem até que a rainha foi avisada na surdina que o antigo rei havia voltado à vila, disfarçado de camponês, e ainda que estava enamorado de uma humilde camponesa que cultiva ervilhas. A rainha então, com todo seu orgulho, resolveu intervir aquela situação. - “Como pode, meu ex-amante, e antigo rei, viver como um camponês, e ainda por cima enamorar-se de uma camponesa.” - Reclamava a rainha nos corredores de seu castelo. Até que certa noite a rainha desceu a vila para procurar o antigo rei nas tabernas.
*** Continua na parte 3 ****
Charles Silva