Em silêncios...

Em silêncios
 
pela calada da noite
 
adormeço teus olhos
 
perto de minha’álma
 
que anda extenuada
 
à procura da tua imutável
 
 
- O inverno solta seu frio
 
e assim timido mas intenso
 
te procuro em brasas com incensos
 
que me trespassam qual calor ameno
 
em gargalhadas que varrem
 
minha frenética terapia da redenção
 
que prematura e fugás te deixa
 
cúmplice da nossa almejada absolvição
 
 
- Andámos sózinhos
 
tantas vezes conversos
 
outras assustadoramente dirpersos
 
amando sorrateiramente
 
andando de braço dado com a solidão
 
que ousa agora escutar atenta
 
a sabedoria contida neste coração
 
 
- Sei
 
faz-se tarde
 
talvez seja hora de partir
 
mas nunca antes
 
deixares poder
 
refugiar-me melancólico
 
na tépida manhã que se avizinha
 
e acolher-te sobrepujado
 
pelo apetite insaciável a nós agrilhoado
 
 
- Agora sei porque meus sonhos
 
se aprisionaram indelevelmente
 
na genialidade dos nossos abraços
 
quando até o sol  acorda  brilhando
 
acossado em teu regaço
 
exibindo exuberância e beleza
 
em cada gota de subtileza
 
que em ti repousa submissa e com delicadeza
 
FC
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