Entre as aduelas...o silêncio

Entre o portão ficam as ombreiras da solidão

Recosta-se a alma envernizando as aduelas

Do tempo fechado a sete chaves, além onde

Aprumo à esquadria um verso trabalhado

Na minha marcenaria

 

Com o formão aliso uma rima crispada

Com o serrote corto a preceito o cedro ou

Mogno decorando a cenografia do tempo

Onde desfiro marteladas certeiras, guardadas

Na escrivaninha das palavras mais corriqueiras

 

No design das memórias concebo uma estrofe

Bem mobilada, abrindo o roupeiro da inspiração

Por onde chanfro e freso este poema oblongo

Sem arestas ou ranhuras , quase mondrongo

FC

 
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