Entre margens

Entre margens
 
Então, deixa somente
que o vento corra por nós
e entregue no tempo que cede
uma brevidade lânguida e súbita 
nas gotas de chuva que caem
 
colorindo teu galope atado
ao corcel louco desenlaçando
o uivar dos ventos
florescentes errantes
decapitados entre margens
desprendidas ao acaso
 
entre rios dançantes que ressoam
e ressoam famintos por atingir 
meu porto
e atracar de vez à tarde
que fenece intrépida à luz húmida 
onde desencantámos
felizes
um sorriso e um brado que
esmiucámos à sombra dos tempos
 
passou
foi embora e restou somente aquela
solidão sentida, destemida
que nutre e fecha por fim as pálpebras
ao negrume da noite
arrebatada na hora da partida
FC
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Comentários

entre margens

serpenteiam multiplas 

emoções mAis ou menos poéticas.

 

Votos de *Festas Felizes*

 

_Abílio