Entre os degraus da solidão

Brilham épicos gomos de luz
Despem a solidão desfolhada
Em pétalas de amor e ilusão
 
Saúdam a caprichosa manhã
Seduzida pelos embriagantes
Perfumes massivos…quase alucinantes
 
Teçe a saudade horas de melancolia
Resignada e tão alienante que nem mais refuto ao
Coração esta memória que acontece tão aglutinante
 
Pastando na lezíria do tempo deixo um andarilho
Pensamento pernoitar lá no sótão dos prazeres
Hidratantes, quase litúrgicos…quase litigantes
 
Sem mais temer a noite cada sombra desnuda-se ante
Os olhares sorrateiros da lua voyeur vasculhando todos
Os esconderijos de uma emoção tão bisbilhoteira tão tailleur
 
Puída e triste a noite derrama suas lágrimas e lamentos
Mais brejeiros embebedando todas as alquimias de uma
Paixão abarrotada de gemidos lisonjeiros
 
E agora assim desguarnecida a solidão nunca cicatrizada
Sustenta o pavio dos silêncios pungidos e suplicantes
Súmula deste verso derradeiro, foragido,insinuante
 
FC
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