Entre Ventos e Marés

 

Não delates nunca o que vejo
se abarco os sentidos no olhar!

O que pressinto e que antevejo
é muito mais do que o desejo
de que só eu consigo imaginar.

Sente o rumor desses silêncios,
que serpenteiam suavemente…

Eu sou o fio manso da corrente.
Sou coração de imensidão de mar,
sou olhos de chuva a transbordar.

Sou esboço mesclado e abstrato
escultor de sonhos em rochedos,
actor principal dos meus segredos.

Desenho palavras de lés a lés…
E construo castelos de areia
perdidos entre ventos e marés.

(Rui Tojeira)

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