EPOPEIA

Eu sou prisioneira de um gigante Adamastor
Em um castelo que fica em outra dimensão

Pensa que eu sou Tétis e que não quero seu amor
E anseia calar tudo o que a antiga musa canta

Sou a sua refém presa que nem uma tigresa
Permaneço à mercê daquele sacripanta

Aguardo um galante cavaleiro medieval
Para libertar-me dos grilhões desta prisão

E há de vir em seu cavalo veloz e prateado
Com armadura, elmo e espada de metal
Um nobre cavaleiro em seu corcel alado

Desprezando o agouro do Velho do Restelo
Virá por sobre o muro alto, intransponível
Voando na garupa célere de seu corcel
Para salvar-me do sádico gigante

É incrível!

Ele parece o meu príncipe encantado
E alçaremos vôo para além das estrelas
Unidos, chegaremos ao sétimo céu
Vislumbraremos tantas noites belas

Eu, virgem e pura, descobrirei meu véu

Ele dará fim, por mim, ao seu celibato
Então, seremos felizes para sempre!
E fechar-se-á a cortina do último ato.

FIM!

(Lourdes Ramos)

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