Espera

Olhei para trás e revi-te entre brumas de esperança

Não consegui dar um passo e parei,

Sentei-me num degrau da vida

Observei avidamente o voo das andorinhas que partiam

E nelas não revi o meu partir,

Esperei e uma leve brisa afagou o meu rosto

Beijou uma lágrima perdida entre o meu sonho e a realidade presente

No entanto ofusquei-a com desdém

E gritei silenciosamente pela alegria perdida

Pela longa e sinuosa estrada da vida,

Contudo o meu corpo continuava inerte e os meus sentidos adormecidos

Recusava-se a erguer-se e mantinha-se prostrado

Mantive-me sentada de forma indolente

A observar o voo rectilíneo e estonteante das minhas melhores amigas

E desejei partir com elas

Mas as minhas asas impotentes mantiveram-se mudas

E não parti!

Não partirei enquanto não me disseres adeus

E continuarei eternamente sentada neste degrau

Esperando pela partida que aguarda por mim

Ansiosa e desmedida

Esperando também ela pelo teu adeus.

 

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