Espero...
Palavras ao vento...
Espero...
Eu queria tanto pedir-te desculpa...mas nem sei bem porque o quero fazer. Apenas sei que quero. E, nesse quarto vazio e frio,onde apenas se ouve o ruído do nosso respirar, profundo e caótico por vezes, entrecortado pelo vento suave que se faz sentir, mantenho-me calado, inerte, silencioso e tenso. Abraço-te delicadamente como que esperando arranjar argumentos...é um silêncio ensurdecedor e isso põe-me nervoso. Sei que não te quero magoar e por isso procuro encontrar as palavras certas...que não te desiludam...que não te firam. Procuro encontrar um sentido para o arrependimento e timidamente tento arranjar forças. Já não concebo a minha vida sem ti e isso foi posto em causa e não sei com transmitir-to. Não somos perfeitos e eu vacilei...descuidei-me de ti...perdi-me por momentos. Fraquejei na minha forma despropositada de tanto te desejar...absorvi-me demasiado na solidão da tua constante presença e pensei que isso era suficiente...mas não é. A vida tem de se sempre intensa e intensa deve ser a presença um do outro. Sem descuidos. Sem intervalos. A nossa vida deve ser única e por ser única não deve permitir prescindirmos um do outro. E, em pensamento, continuo a pedir-te desculpa por esta curta ausência de ti... Mas acabei por não encontrar as palavras para to dizer e acabei adormecendo em ti. Espero estar perdoado...
AC