Esquecimento

Vejo-te passar, mas já não sabes quem sou,

Vou para nossa casa, mas a morada mudou.

Não sei se te lembras, mas eu não esqueci,

Tão bom que foi, quando te conheci.

 

Tento formatar-me, mas a vida não funciona assim,

Quero terminar, mas por vezes não é fim.

Sou uma alma penada que viaja pela cidade,

Correndo atrás de outro tempo, de outra idade.

 

Não sei se haverá outro tiro para dar,

Outra oportunidade para bem ficar.

Não seio o que fazer, mas já fiz de tudo um pouco,

Se continuar assim serei morto ou serei louco.

 

Estou longe demais, longe do teu olhar,

Longe de tudo aquilo que me costumava recarregar.

Estou em baixo e já não me quero mais erguer,

Para quê abrir os olhos se não te posso ver?

 

Estou morto, tu não me vens fazer renascer,

Não sei se sabes ou se não queres saber.

E a vida é isto, é tão pouco, não é nada,

Tentar ir mais além quando não há estrada.

 

Dava a todo o resto da minha vida, por um minuto ao teu lado,

Poder estar contigo, sonhar mesmo acordado.

Mas será que tu ainda te lembras de mim?

Se já te esqueceste é porque já chegou o meu fim…

 

(18/03/2014 – 21:00)

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Comentários

A esperança dá força aos ideais e coragem a todos, que se renovam, mesmo quando tudo parece a ponto de perder-se.

Perservando-a em ti, nunca desfalecerás, nem te sentirás abandonado, quando as circunstãncias te convidarem ao testemunho e à solidão.

Um braço

João Murty

 
António Cardoso's picture

Muito obrigado pela leitura e pelo conselho, João Murty. Acho que tem toda a razão.

Um abraço.

Você apertou o dedo no computador... E expressou toda dor!

Parabéns! Se for na sua  vida  real;  forças! Se for poema, muita inspiração!

Abraços!

António Cardoso's picture

Muito obrigado, Madalena! :D

Antes fosse um simples apertão de dedo, por norma estas dores aqui doem bem mais.

Foi parte inspiração, parte vivênciada...há alturas em que tudo se confunde.

Abraços.