Essa tal liberdade
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 21 May 2015
Foi-se o deslumbramento
vestido na alvura
dos meus selectos sonhos
quando partiste aliciando-me
com saudades suturadas em
nossas fatais aventuras
- Foi-se minha fuga inundando
de luz o cárcere onde depositámos
primitivos versos de amor
inconformados,quietos
meditando em cada gesto
flagelado, usurpador
urdido na frescura dum beijo que de ti
todo em quero e me infesto
– Desconheço por enquanto
essa tal liberdade
inútil, exausta
descortinada num frágil véu
de esperança que soergo
cada manhã
– Proponho entre nós
um pacto escrito
em memórias incessantes
cruzando nossos céus
vasculhando as datas migratórias
onde por fim adormecemos
estóicos
todos os vestígios serviçais
alimentados na plenitude epidemica
dos amores fecundos…essenciais
– Podia se quisesse
com meus olhos
olhar-te toda
conjugar-te em versos
extravasando palavras prodigiosas
procriando
essa tal liberdade
onde me desvendo chamejante
ante tuas ígneas emoções
ciclópicas
desconcertantes, adormecendo em mim
em rubras noites de cetim
FC
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