Esta vida é um borrão! Um borrão!

Um abraço russo apertado colossal
A respirar o gelo dos que em sonhos e sorrisos estão cansados,
Onde os campos selvagens crescem,
Donde vieram as águas do inverno
Para que em minha goela
Pudesse molhar a sede e cantar os pássaros tristes.

Ensina-me a escrever teus cantos de surpresas
A morder seus prazeres e servir o toque
Que neste queixo amo deitar doce na cama verde.

Hóspede dos santos morros que em tua nuca coça
Desce ao pescoço teus dedos
Àquelas mentiras de tons terrosos.

Ah amiga cobarde,
Não espere pelos anjos amarelos de luzes felizes,
Eles de longe já se fatigaram por assédio,
Calmos e preguiçosos de coitum.

Foram elas as crianças que a viu no ontem
Esparramada na leitura,
Suas anáguas eram letras de sedas à luz coalhada.

Género: