ESTE GOSTO AMARGO NA MINHA BOCA
Autor: ALEXANDRE CAMPANHOLA on Sunday, 20 April 2014
Este gosto amargo na minha boca
Esta boca faminta e sem desejo
Este desejo de fugir da vida
Esta vida salsa e sem importância
Esta importância que tem a tristeza.
Esta tristeza de quatro paredes
Estas paredes azuis como o céu
Este céu que não é minha morada
Esta morada de vil solidão
Esta solidão própria do poeta.
Este poeta soez, sem a amada
Esta amada presente na saudade
Esta saudade que traz um alento
Este alento que se esvai com as horas
Estas horas de uma singela tarde.
Esta tarde maviosa como música
Esta música que nos traz um pranto
Este pranto inesperado é-me um tudo
Este tudo se define em um gosto
Este gosto amargo na minha boca.
ALEXANDRE CAMPANHOLA - 2002
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