Exercícios de futilidade
Humanidade que regressa a cada dia
Sacode seu aterro na impureza do ar
O lixo intoxica a pele de todos
Apodrece as virtudes então perdidas
O fedor deixa a santidade fenecendo
Nas entrelinhas de um pecado eterno
Abençoado seja o homem tão mal
Pelejando contra a morte, mesmo
Radicalizando-a diariamente
Oh! Deuses de minha história
Fitando o ser e sua sorte
Marasmos por todo horizonte
O olho seráfico é míope
Embaçado na clareza do óbvio:
Vidas não importam!
Nenhuma bandeira impede isso
Invejo as larvas e suas carnificinas
Ao menos devoram como Saturno
A carne tão vil e velha
Do que louvores de profetas mentirosos
Esses são os longos anais da vergonha
Com os quais trabalhamos
Um grande compêndio de exercícios de futilidade