EXTINGO UMA PÁGINA DA VIDA - II

EXTINGO UMA PÁGINA DA VIDA - II

Afastei o nevoeiro da razão que impele
que o meu grito abafe e saia assim
engolido em seco, sufocado na garganta
por cenas vividas, múltiplos repúdios
acantonados à flor da pele.
Metamorfoses aprisionadas em mim,
decantam em crescente «por a dor ser tanta»,
virtuais compassos de espera! Autênticos interlúdios
trabalhados, em árias de gemidos dedilhados,
por mãos brancas de músicos amortalhados.

Entre nós e a solidão, extingo
a tua conversa, versada na dúvida e incerteza,
que realça erro torpe que turveja na neblina
escondendo a verdade e a clareza
nas metáforas que se perpetuam na minha sina.
Exorcizo esta página de deboche,
que vai marcando o palco da vida,
onde a minha contida ausência
é mera elegância da inconfidência
encenada neste teatro de fantoche

João Murty

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Comentários

Não  posso expressar a grandeza de uma escrita como esta...

Mas, escrevo... LINDA!!!

Abraços!

Quando visitas os meus poemas, eles ganham cor com a luminosidade do teu coração! E, sempre que aqui chegas as letras dos versos desprendem-se harmónicamente para te reeber.

U beijo e obrigado pela visita.