Falésia do Amor
Falésia de Amor
Rasgo-me verso a verso,
subo até á boca da veia do texto sem regresso,
bebo-te o embebido tónico de Amor.
Agito-me na intensa argila húmida da Origem,
Lavro-me letra a letra sobre o teu corpo,
Faço e desfaço todo o feitiço presenteado pela Lua.
A minha mente tende para o limite
em pele nua, onde tudo ferve sem vapor.
Rasgo outras linhas
e Amo um novo texto.
Parto para outro poema incerto,
por caminhos íngremes e frios,
sem luz de saudade,
por saberes que ferem o olhar,
flutuo durante o abandono da noite,
desdobro o corpo e encontro o alfabeto do abismo.
Desenho-te no vazio de mim,
tacteio a angústia,
aprendo a tua língua de fogo
e mastigo o Sol no desejo.
Sou o respiro no vácuo,
sou a superfície de mim em ti,
mergulho fundo e fundo voltarei
por outra calçada.
Esqueço a hora, o dia e a margem
dos lagos de mim,
perdida estou, na falésia do Amor.
Gila Moreira
Comentários
josé João Murti...
5ª, 28/11/2013 - 12:33
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Gosto do Poema.
Cara Gila, simplesmente adorei o poema. Alma grande e sensivel que expressas tão bem os momentos e as emoções, voa nos versos da tua inquietude e faz dos teus poemas o passaporte para o que mais desejas.
Obrigado por repartires este poema lindo
Gila Moreira
5ª, 28/11/2013 - 12:41
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Obrigada pelo teu comentário.
Obrigada pelo teu comentário. Bjs