A FIGUEIRA DO MEU PÁTIO

 

Descobri que tenho sócios

No pátio aqui onde moro

Não se trata de negócios

Mas sem querer, colaboro

 

Quem trabalha é a natureza

Meus sócios, a passarada

Entre nós uma certeza

-Colhemos sem fazer nada

 

Somos sócios na figueira

Cooperativa sem risco

Sem figo, compro na feira

Passarada come cisco

 

Quando tem, pega quem quer

A natureza nos cede

Quantidade que quiser

Pois ninguém conta nem mede

 

Essa mãe mora na rua

Doa seu fruto materno

Não reclama ao ficar nua

Sem suas folhas no inverno

 

Nos homens a ganância aumenta

São da própria espécie, inimigos

A figueira nos alimenta

Com seus filhos, que são os figos

 

Por um dever de consciência

Com quem se dá por inteira

Presto minha reverência

Para o nosso “PÉ DE FIGUEIRA”. 

Sérgio Teixeira

Bagé/RS

Género: