FIM DA COLHEITA

De onde te vem, responde, essa tristeza infinda,
Teu pranto misterioso que em meu peito corre,
Tua secreta dor que não tem cura ainda,
Não vês que minh`alma por ti aos poucos morre?

Teu pranto misterioso que em meu peito corre,
Que galga, como o mar, o negro e nu rochedo
De meu ser, que não te levanta ou te socorre,
Pode ser a chave de teu cruel degredo.

Tua secreta dor que não tem cura ainda,
Será do amor por mim que não podes semear?
Quando no coração nossa colheita finda,
A semente do amor é impossível plantar!

Não vês que minh`alma por ti aos poucos morre,
Pois sinto florescer meu mais terrível medo?
Leio-te as palavras no pranto que escorre:
“Viver é um mal, ninguém ignora este segredo”

Inspirado em uma estrofe de Charles Baudelaire

Género: 

Comentários

Muito bem glosado!

Parabéns! Gostei e muito!

Abraços!