Fingindor

Fingidor...



Mascaras sobre mascaras, sobre mascaras

um palco eterno e infindavel.

Uma peça sem final, sem aplausos

nem criticas.



Sem linhas e frases feitas,

sem coreografias ou vestuario.



Um tempo cheio de ardor ilogico

um sentimento sem sentido.

Uma tentação, uma dor inocente.



Uma marca nos olhos obscuros,

Um sorriso de escarnio,

uma fronteira ultrapassada ...

nada escapa ao ouvido tisico do povo.



Uma mão magra, engelhada pelo sofrimento,

escrevinha a agridoce desilusão 

e verdade escondida,

no pergaminho da alma.



Palavras soltas formam-se em frases,

duras, acosticas de revolta,

cruas dores da alma e do corpo,

gritos presos pelo medo e opressão



Libertam-se na subetileza macraba

do poema.



Poeta quem és tu?



Consciencia ou juiz?

Um demonio ou uma anjo caido?



Desterrado bardo, mergulhado no medo

da mente insesamantemente buscando a verdade,

olhando, analizando, expondo

aquilo que os outros escondem nas sombras da vida.



Poeta quem és tu?



A palavra sussurada, á fraca luz da noite?



Mas que te ergues vitorioso 

quando a tua escrita semeia a verdade 

nas bocas antes fechadas.



A tua memoria é eterna,

mas amarga a tua vida.

Pois é no sofrimento do Mundo 

que encontras a tua musa.



Espinhosa e escorregadia,

de corpo sinuoso e olhar pecador.



A tua voz é o papel, e cimento 

do dia a dia.

E quando o teu corpo magro pela fome,

se estender sem forças

o teu sorriso não desvanecera.



Partiras sorrindo, 

pois a morte acalenta a tua paz.

Jazes palido e brilhante

como uma luz na mais escrura noite.



Inacabado o teu legado,

pejado de sangue ingenuo.

Escarras-te na face daqueles que se julgavam acima

da verdade e justiça,

Foste cego ao terror, enfrentas-te o fuzilamento

e saiste vencedor.



Poeta quem és tu?




30/11/2005

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