fio de corte
Fio de corte
Elas eram duas
Imagens tão distinta simbiose no fio do corte
Não era por acaso
Que, ao misturar suas tintas,
O dia era de uma E a noite tão criança
duas só retrato da mordaça de Anastácia
Maestro de duas danças na festa de Jarê
As duas eu amava, nenhuma eu traía, que som melódicos poderia ter sidos produzido se a língua não cairá, metade de uma só duplo espelho
E a paixão talvez seja antes de tudo egoísta Ou quem sabe, a traição me pareça oportunista
meninas com botões já poderiam causar nervoso as parteiras em águas negras
Ora mulher, ora menina
Se uma eu contemplava
A outra me fascina, sobre o olhar atento de seu pai
Era um encantado, o Velho Nagô, antigo conhecido do povo de Água Negra. Era o senhor do corpo e das bênçãos e curas que chegavam aos necessitados e à terra. Um xamã negro um curador ferido explorado em terras alheias.
Eu desejava as duas, não quis perder nenhuma
Deixei acontecer, vi nelas candenses que protegiam outras na força dos seus quilombos
Talvez acreditasse serem simplesmente duas
Metades de uma só
Enquanto o tempo permitia
As outras gêmeas com historias mais tristes projetavam suas sombras Mais não privaríamos da festa de santa barbara continha a saia vermelha, o adé e a espada de Iansã, todos os adornos que a santa vestiria.
S. Sebastião, Cristo Crucificado, o Bom Jesus, S. Lázaro, S. Roque
S. Francisco, Padre Cícero. Os gêmeos Cosme e Damião poderiam ser duas mulheres segurando facas de fio de corte.
(Pericles melo sobre o primeiro capitulo de torto arado).