Flutuando

 
 
Evapora-se o olfato pela noite
 
quebrantada na paisagem perfumada
 
dos teus olhos
 
espalham-se consoladas as labaredas
 
trémulas que inundam a fogueira dos nossos amores
 
quando restam no tempo a fartura constante
 
no seio dilacerado nos nossos beijos
 
no hálito fresco de cada madrugada
 
que rasga a eito minha solidão sem voz
 
que não mais escuto
 
meu cortejo alegórico,astuto,absoluto
 
ao resplandescer mais um dia
 
em cada silêncio que flutua
 
em cada noite cúmplice que a lua gentil ilumina
 
em cada sílaba que em surdina se aparta feliz
 
e tranquila adormece teu vulto que à luz da luz
 
se escapa na nesga de liberdade
 
efusiva,impassível e mais formosa
 
na hora que desponta impregnada
 
de perdão e tanta compassividade
 
FC
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