Flutuando
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 25 June 2016
Fechei-me no teu semblante
Despi-me das palavras flutuantes
adocicando todos os beijos aromatizantes
transpirando brejeiros em cada pensamento
silenciando todas as malandrices
meu Deus…que desplante!
Como te imaginei brotando numa
rosa rara plantada a levante
dos meus sonhos
Como segurei os ventos agrestes
para silenciar toda e qualquer
miragem do teu ser
esboçado no assobiar da alma
a cada madrugada flutuando
quase…quase num verso
escrutinado deixar-te finalmente
assim resplandecer…tão acutilante
Aqui me tranquei hoje
configurando todos os fragmentos
enclausurados nos meus sonhos
mastigando, digerindo
o resto dos dias
abrigando a réstia de tempo
onde o sol enxuga seus raios
partindo no poente que deserta
escancarando a vida
que por fim lucinante desperta
Tirei do tempo
todas as noções do tempo
reservei-o no meu calendário
tecido na serenidade dos dias
Assentei por escrito a relatividade
de um verso
composto na teoria quântica
madrugando suavemente
diante do ilustrado silêncio
que remanesce em nós casualmente
Ali me despenhei, flutuando
pra toda uma vida…inexoravelmente…
FC
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