Foi Verão
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 20 July 2016
Adormecemos ao luar quase invisível
Da noite
Perpetuamos o verão numa
Paz trajada de monotonia
Ainda mal os primeiros raios
De sol descortinavam o teu belo
Ser aconchegado ao solstício
Onde se despem os dias mais longos
Perfumados com o ócio das nossas
Almas perecendo num abraço
Que o silêncio perpetuou numa tela de Picasso
Foi Verão
E as sombras onde magicámos
Cada beijo fugindo na calada
Da noite
Perdeu-se na eira da vida
Levada no repentino adeus
Onde remanesce tua
Buliçosa existência
…e eu incrédulo fico
Ali encostado à nesga
De alegria que ainda sobressai
Fiel à nossa conivência
Nos sintomas perpetuados
No vazio do tempo
Alimento ainda a chama
De tantos desejos dedilhados
Ao longo deste Verão
Latejando na longa agonia
Embarcando no lúdico momento
Onde te bebo com todas as
Irreverências do teu ser perfilado
Agora…num pacto
Eternamente por nós selado
FC
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