Frágil
Autor: Frederico De Castro on Friday, 27 February 2015
Exalou daqui
minha áurea insegura
até aos confins do mundo
onde deleito
meus olhos e te contemplo
ávido às mãos sublimes
do Grande Criador
Ressarciste-me a solidão
redesenhaste-me
as órbitas dos seres graciosos
que vagueiam pela meiga noite
imaginando-te formosa
em perfeita imaginação
que se fez assim um novo milagre
e de tanta vida nova
fez-se tanto amor,
desfez-se na verdade
esta mistura fina, delirante
colhida ainda em flor
simplesmente reíventada
em cada gomo de utopia
ressuscitada no tempo
Eleva-me junto ao altar
onde multiplicámos
fecundos
todos os códigos de vida
todos os deleites da perfeição
cada heroísmo enobrecido
na cordialidade audaz
comovida
assim dissimulada e concedida
Percebe minha fragilidade
aproveita as lacunas da minha dor
e aceita-me assim
preciso
quieto
sem tolices reclamadas
apenas excessivo quando perco
a compostura
e vulnerável quando te estendo
sem contrapartidas
minha fiel e empolgante loucura
Procura-me
encontra-me se puderes
busca-me no teu pequeno
mundo infinito
desfruta as delícias ténues
que trago nos cinco sentidos
Canta-me em plenitude
abranda a velhice
que me ensina tanta paciência
confia-me a aprendizagem do tempo
e eu
quando souber do perdão e clemência
então certamente
me acorrentarei a ti em conivência
pacificado
saciado
pela extensão da tua benevolência
FC
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