A França!

Vou sobre o Oceano (o luar de lindo enleva!)
Por este mar de Gloria, em plena paz.
Terras da Patria somem-se na treva,
Agoas de Portugal ficam, atraz...

Onde vou eu? Meu fado onde me leva?
Antonio, onde vaes tu, doido rapaz?
Não sei. Mas o vapor, quando se eleva,
Lembra o meu coração, na ancia em que jaz...

Ó Luzitania que te vaes á vela!
Adeus! que eu parto (rezarei por ella...)
Na minha _Nau Catharineta_, adeus!

Paquete, meu paquete, anda ligeiro!
Sobe depressa á gavea, marinheiro,
E grita, França! pelo amor de Deus!...

Oceano Atlantico, 1890.

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