Frotas Amarelas

No mar estavam as frotas amarelas
As que na terra velejavam à navalha 
Como se fossem frotas banguelas. 
Não adiantava chorar! 
Não adiantava crucificar. 
Mas todos nos apresentamos mesmo assim
Já que muito cedo nos roubaram o direito de pensar.
(Como assim?)
Esses bilhões de sentimentos é que eu quero resgatar,
Pra que tudo o que vivi nunca possa se perder no passar!...
As frotas amarelas, no beco escuro 
Nas notas e nas carapuças encostadas no muro,
Vou entrar sem entrar... 
Vou entrar sem fazer barulho.
Vou emburacar!
É assim que é o bagulho. 
Eu lembro das presenças que eu guardo agora em álbuns.
E sim, me faz diferença. 
Me fez encarar
Todos os tipos de medos
Todos os vícios, altos e baixos. 
Sinto o suor escorrendo também 
É assim que é
O tempo não para pra ninguém.
As frotas amarelas de muita tinta; o trânsito marítimo.
O assassinato de mais alguma vítima. 
Todas elas deveriam estar perfeitamente empilhadas
Devido à rigorosa métrica adequada. 
E os pneus em cubos 
Para a queima de todos os arquivos
Nomes confidenciais, documentos, prisões
Para a queima dos delitos e das caretices dos nossos chefões...
 
Ninguém tem o direito de julgar. 
Se tu tivesse ali, todos os dias da minha existência,
Vendo as coisas que vi, da maneira que vi
Também iria achar um tempo pra parar para pensar...
Entenderia e diria comigo:
- É a vida... e já que estamos aqui, um brinde à ela! A coisa mais valiosa que temos...
 
16 . 09 . 2014
Género: