A História e as Palavras!

 
Início, iniciar, começar, introduzir, conceituar, contextualizar... Acreditamos, ou tendemos a acreditar, várias vezes, que as palavras podem dar conta da realidade, da imaginação alheia, da subjetividade, da complexidade do real. Bem, elas, as palavras não podem dar conta, mas, sem elas, o que faríamos? História, a História humana: iniciar como? Lá na chamada pré-história? Pré? Como assim pré? Pré não é? A pré-história é História, mas nos parece, nos fazem pensar, os que são programados para dividi-la, que não é! Mas qual o problema de se iniciar do início? E recortar ela toda colocando uma parte ali outra lá e outra acolá ao prazer dos modismos, dos filmes, das vontades egocêntricas? Não sei! Ou melhor, sei! Confusão isto pode dar! Imprecisão... E, ainda, outro exemplo, iniciar na Europa? Ta, mas, só pela Europa? E a África? Difícil: tantas ideias, tantas opiniões de sabichões arrogantes donos de verdades... Tantos dogmáticos marxistas, positivistas, novos isto, nova aquilo, essa linha, aquela linha, enfia a linha... Pensando, pensando: e se, começar por você? O que é você? Em que lugar no mundo nasceu, cresceu e vive? Sua língua? Seus alimentos? Roupas? Sua fé ou falta de fé? As armas que existem na sociedade onde você vive? As igualdades e desigualdades de gênero? Como pensam e tratam os diferentes, estrangeiros, de outras cores e crenças? O Estado? As instituições? Tudo surgiu assim naturalmente? Pá e pronto? As tecnologias que existem e estão próximas, ao seu alcance? Tantas coisas... Interconectadas e múltiplas, complexas e difíceis... Quebra cabeça sem fim! Sim, é assim, sem fim, e é fascinante! Você, sua sociedade, seus mitos, o início. Logo depois, uma intrincada retrospectiva, sempre com lacunas, sempre pontos insolúveis, sempre falta de provas, sempre incapacidades de conhecer... E, pior: sempre invenções teóricas ou pseudo-teóricas para responder o que não há respostas (ainda pelo menos). Tenha crítica! Duvide! Imagine sim, mas com os pés no chão chamado realidade objetiva! Real! Viagem deslumbrante: inicie em você, nos seus próximos, estude, olhe, observe, critique, reveja, leia um autor sobre tal assunto, outro, outro, contrários, inimigos até, leia... Siga o caminho do saber histórico, não “peque” contra as pessoas do passado acreditando que é melhor do que elas! Não caia na armadilha, no erro chamado anacronismo! Assim como nas mais numerosas colocações da palavra evolução. Não aceite as coisas como elas se apresentam ou são apresentadas, esteja sempre engatilhada a arma da crítica... Use-a! 
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